domingo, 30 de agosto de 2009

As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte I


Eram tempos tranqüilos, dez anos haviam se passado desde a guerra do anel, o Condado agora estava mais calmo, como de costume, e assim nós hobbits pudemos levar nossas vidas com a calma costumeira de sempre. Como disse Bilbo certa vez: “Não é nada ruim celebrar uma vida simples”. Minha toca não ficava muito longe de Bolsão, vazia agora, já que Frodo partiu para o Oeste, junto com Bilbo e os elfos, às vezes, Sam aparecia e relembrava os bons tempos que passou junto com o seu eterno companheiro. Sempre que posso, vou até lá também.

Minha casa fica abaixo de uma colina, uma típica toca de um hobbit. Na entrada uma grande porta redonda pintada de verde, logo abaixo segue uma escada com algumas flores nos cantos, depois tem uma pequena estrada com algumas pedras que vão até a rua. Aos fundos, uma grande cerejeira, plantada pelo meu pai, e ao redor, rosas que eu mesmo plantei. Bem... Depois de muitos anos estou de volta, este lugar continua com a mesma “magia” de sempre, mas eu não sou mais o mesmo hobbit que ficou 15 anos fora de casa.

Desculpem-me, ainda não me apresentei. Meu nome é Balur Bolseiro, vivo em uma confortável toca como já descrevi, moro na Vila dos Hobbits e essas são algumas de minhas memórias.


As Colinas das Torres...

Certa vez resolvi visitar as majestosas torres do oeste, elas me faziam lembrar os que partiram e de alguma forma isso me entristecia. Mesmo com o fim da guerra, não há mais a alegria de outros tempos. Os elfos partiram e restam poucos para contarem histórias dos primórdios do mundo. Após a Guerra do Anel, senhor Aragorn anexou as terras das Colinas das Torres ao Condado, homens eram proibidos de entrar nas terras dos hobbits.

Minha viagem durou alguns dias até as majestosas torres. Estavam trancadas há um bom tempo, consegui abrir uma, depois de um grande esforço, subi no seu ponto mais alto e de lá pude observar o grande mar que cercava estas terras. Um vento suave e fresco vinha do oeste, parecia que me encorajava a sair e visitar outros lugares, não conseguia compreender, mas algo me dizia para partir e contemplar as montanhas e os ermos.

Naquele dia o céu estava magnífico, era possível ver “A Foice dos Valar”, elas rutilavam no céu como velas em meio à escuridão. Eu tinha feito uma fogueira e havia trazido tomates e bacon, recolhido também algumas ervas que cresciam aos pés das torres, foi um belo jantar, mesmo que sem os rotineiros banquetes da estalagem do Dragão Verde. Mas a tranqüilidade ali era tamanha que só se ouvia o barulho da brisa sobre os arbustos e algumas árvores esparsas. Fiquei pensando em tudo o que havia acontecido. A grande guerra havia acabado, estava tudo em paz, a Terra-Média se tornava de novo um bom lugar para se viver, e na imensa paz daquele lugar eu adormeci para um novo dia.

No outro dia bem cedo, resolvi ir até a costa destas baias, ir e ver a imensidão do mar. Não era muito distante e bem rápido cheguei à beira. Parei no alto de uma rocha, peguei uma pequena pedra, fiz um pedido e a joguei na água. Resolvi então voltar à minha velha casa, retomar o conforto do lar.

A viagem de volta fora bem tranqüila... Cheguei à minha velha toca ao anoitecer com certo cansaço, tive tempo de abrir minha grande e redonda porta, acender a lareira e meu cachimbo, ali mesmo em frente à lareira acabei adormecendo e tive um sonho estranho.


Continua...

Arthur Damaso