sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Taverna do Bardo - Parte 4


A noite fora tranqüila para Alrosth. Dormira sob aquela pequena árvore, junto com seu novo amigo, o qual ainda não sabia o nome.
Amanhecera. O Sol ainda surgia no leste, foi quando Alrosth acordou, mas o menino ainda dormia. Ele olhou para o menino, viu que era melhor não acordá-lo. Ele não conseguiu ver que árvore era aquela, pois estava muito tarde quando ele se aproximou dela, mas de manhã ele observou que era um choupo, uma árvore que crescia nas terras que nascera.
Lembranças surgiram como estrelas no entardecer. Alrosth se lembrara da sua família, e porque estava naquela cidade. Rodd havia roubado sua cidade, e, Alrosth se incumbiu da tarefa de ir atrás deste homem. Era de certa forma uma tradição, em que filhos mais velhos tomavam conta de suas aldeias, mas Alrosth estava sozinha nessa empreitada. Ele se perdeu em meio aos pensamentos, estava fora de si, quando foi cutucado pelo menino.
― Venha logo! Estou te chamando há bastante tempo! ― esbravejou o menino. ― No que estava pensando?
― Não era nada. ― respondeu Alrosth, com um olhar triste. ― Apenas lembrei-me de algo quando vi que esta árvore é um choupo.
O menino ficou um tempo sem entender. Por que alguém ficaria parado pensando depois de ver uma árvore? Nada fazia sentido para ele.
― Vamos comer alguma coisa. ― disse o menino.
Alrosth estava com muita fome, mas ele continuava sem saber o nome daquele pobre menino. Não podia continuar assim, na sua aldeia todos tinham um nome, era sinal de respeito ao indivíduo chamá-lo pelo nome. Foi então que ele perguntou:
― A propósito. Qual é o seu nome? Creio que ainda não fomos apresentados.
Os dois se olharam por um breve momento. O menino parou para pensar. Até que Alrosth quebrou o silêncio.
― Meu nome é Alrosth. Venho das Terras do Leste, e você?
― Meu nome é... hum... deixe me pensar. É, acho que não tenho um.
― Você não tem um nome! ― Alrosth olhou com bastante surpresa para o garoto. ― Todos têm que ter um nome. Vou te dar um nome, pode ser?
― Claro! Desde que seja um nome bonito! ― havia brilho nos olhos do menino. ― Mas, ande logo, escolha um nome rápido!
― Acalme-se! Estou pensando...

Alrosth ficou imaginando qual nome dar à um pobre menino. No fundo ele tinha pena, mas sentia que podia ajudá-lo de alguma forma, mesmo que dando um simples nome, já seria muito para o menino. Foi quando Alrosth se lembrou de uma palavra de um antigo dialeto de seu povo.
― Qual é? Qual é? Diga logo!
― A partir de hoje você se chamará Héogan. Vem de uma língua antiga do meu povo, que significa “Aquele que vaga”. ― Alrosth olhou para o garoto e sorriu. ― Gostou?
― Nossa! Gostei muito! Mas agora, vamos comer alguma coisa.
Alrosth confiou em Héogan. Acreditou que ele realmente havia gostado do nome. Os dois seguiram por um longo corredor, este que levava para a praça central. A cidade estava ficando cheia. À medida que o sol subia, mercadores e viajantes chegavam à cidade. Alrosth se dirigiu para uma barraca de frutas, comprou algumas, entregou algumas para Héogan e, aproveitou para olhar os arredores, para tentar avistar algo suspeito, mas ele nada viu.
O dia estava lindo. Alrosth resolveu que tiraria o dia para conhecer melhor a cidade. Ele havia esquecido, mas agora ele era amigo de um grande guia, já que Héogan vivia nas ruas da cidade desde pequeno. Foi então que ele perguntou à Héogan:
― Tenho uma idéia. O que acha de me mostrar a cidade?
― Mas, como eu vou pedir dinheiro para os viajantes, se eu ficar o dia todo com você? ― perguntou Héogan um pouco cético.
― Isso não é problema! ― respondeu Alrosth. ― No fim do dia você será bem recompensado.
Os dois seguiram conversando em direção à uma outra rua, seguiram entre os corredores e ruas de pedra da cidade. Alrosth acabara se esquecendo das tristezas e lembranças que tivera da sua aldeia. Rodd seria encontrado, ele devolveria o que roubou, nisto Alrosth tinha plena confiança.

Continua...

Por Arthur, Alcy e Daniela