quarta-feira, 26 de maio de 2010

As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte IX


Uma Nova Esperança...



Meus pés ficaram pesados, cada passo parecia uma caminhada de muitas milhas. Estava cansado, minha visão se tornava confusa, como se um grande nevoeiro tivesse pairado sobre aquele lugar.

Minha única ação naquele momento, fora olhar para o céu e ver um vulto, parecia um pássaro... Mas não pude ver, desacordei. Meu sofrimento parecia ter acabado. Não sei que magia ou outra força oculta me ajudara naquele momento, mas meu fim não seria ali, nem daquela forma.

Era noite quando acordei, estava encostado em uma mochila. Não consegui ver onde estava, pois a escuridão era muito grande. Ao olhar mais a frente, percebi que havia uma fogueira e um homem sentado de costas para mim. Uma fumaça parecia sair de seu rosto, era difícil de saber, mas parecia ser um cachimbo... Era um cachimbo, o vento soprava contra mim, pude sentir o cheiro de uma boa erva sendo queimada. Ainda estava muito fraco, não consegui me levantar. Entre gemidos e esforços, o homem se virou e eu pude ver sua face.

Fiquei observando-o por algum tempo, mas o silêncio permaneceu por um breve período. Era preciso dizer alguma coisa, mas nada me veio à mente naquele momento. “O que aconteceu?”. Não foram sábias palavras, mas, foi o que consegui dizer, sem muito pensar. O homem se apresentou. Dizia se chamar Nórgand. Era um andarilho, talvez, até um dos guardiões do norte... Fiquei curioso para saber o que havia acontecido. Pedi-lhe para contar como havia me encontrado.

“Eu estava passando por estas terras, indo ao sul, até o reino de Gondor, para a cidade de Minas Tirith. Estava a mando do rei, seguindo um grupo de orcs, que tentavam atacar os Terrapardenses. Mas não consegui segui-los, em uma das noites, perdi totalmente o rastro deles. Foi quando avistei uma enorme ave se aproximar de algo, quando cheguei mais perto, era você. A enorme ave era uma coruja, muito bonita, tentei capturá-la, mas em vão. Ela voou para longe, além das montanhas, não deve mais incomodá-lo. Há dois dias viajo trazendo você comigo.”

Sim, a coruja com certeza era Narubb. “Pobre Narubb” - Pensei por um breve momento. - “Veio com alguma notícia ou estava tentando me ajudar”. Mas não disse nada à Nórgand. Restava saber onde eu estava. “Já que viajamos há dois dias, onde estamos?”. “Estamos bem próximos de Isengard.” Fora a melhor notícia dos últimos dias. Esperei que Narubb retornasse, mas eu sabia que, enquanto estivesse com Nórgand, ela hesitaria em se aproximar.

Depois de dois dias de viagem, chegamos à Isengard. Acampamos próximos da grande Torre de Orthanc, trancada naquela época. Fumamos nossos cachimbos e conversamos. Tudo mudara para mim, poderia ter morrido nas montanhas, mas não parecia ser meu destino. Dormi olhando as estrelas, elas pareciam mais brilhantes naquela noite.


Mais um dia da Quarta Era chegava. Logo de manhã, Nórgand seguiu para o sul, enquanto eu viajei para o norte, continuando aos pés das montanhas, mas com um horizonte bem diferente. Agradeci muito à Nórgand, ele me trouxe uma nova esperança, se não fosse por ele, não sei se Narubb poderia ter me ajudado. Por falar nela, fiquei esperando ansiosamente seu retorno, o que logo aconteceria.


Continua...

Arthur Damaso