segunda-feira, 26 de outubro de 2009

As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte VI


“Até breve Telárius!”...

Quando o cachimbo já havia se apagado, surgiu uma leve brisa, e com ela Telárius também apareceu de um lugar que eu até hoje desconheço. Foi engraçado, mas eu o achava um pouco estranho, desde a primeira vez que o vi em Bree. Ele me deu algumas instruções, me entregara um mapa, me mostrou o caminho mais seguro e me disse; “Nunca tente atravessar as Montanhas Sombrias, mesmo que isso signifique encurtar a viagem, há muito mais que pedras naquele lugar!”... Nunca tinha estado naquelas montanhas, não sabia de seus perigos, apenas histórias e canções antigas, mas na dúvida, escute alguém que já tenha visto outras terras e fumado mais cachimbos.

Mas o interessante ainda estava por vir, antes de partir, Telárius sugeriu que Narubb fosse comigo para a viagem, não foi uma idéia agradável, ao menos naquele momento não parecia. Bem, ela tinha demonstrado certa afeição à minha pessoa, concordei com a idéia, no fim era uma companhia, não estaria sozinho o tempo todo.

Eu já estava de saída, quando escutei os passos rápidos de Telárius entrarem em sua e casa, e depois me chamando com certa urgência... ”Já ia me esquecendo! Quero que entregue esta carta a um velho amigo.”... Eu fiquei sem entender, mas ele nem me dissera quem era, até perguntei, ele respondera; “Não se preocupe, você o encontrará, apenas siga o caminho que já planejara fazer”. Bom, tentei não me preocupar com isso, guardei a carta comigo e me despedi daquele velho homem chamado Telárius. “Até breve... eu espero”.

Narubb ficara um tempo com ele ainda. Fui seguindo a estrada, as Montanhas Sombrias eram como uma grande parede de pedra, mas estavam distantes, faziam parte de um imenso horizonte, tomei o caminho verde e segui aquela estrada que na Quarta Era se tornara mais freqüentada, cheia de viajantes, comerciantes e ladrões, mas estes últimos eu não fazia questão de encontrar. Havia rastro de uma carroça, se tivesse sorte alcançaria e até pediria uma ajuda, não seria ruim, economizaria a sola dos pés. Segui com a minha viagem, Narubb ainda não havia me alcançado, nem a tinha visto no céu.

Algumas milhas a frente avistei uma pequena mata, o sol estava se pondo, era um lugar perfeito para acampar, descansar e comer é claro. Havia trazido alguns pães da casa de Telárius, uma garrafa de vinho. Fiz uma fogueira, fiquei pensando onde Narubb poderia estar, por fim, fui tomar meu vinho, tomei um pouco além da conta, já distante do bom juízo decidi subir em uma árvore. Depois de algumas quedas consegui subir, mal havia subido, olhei em um galho ao lado, Narubb estava lá, me olhando com aqueles olhos rutilantes, me assustei e cai de cima da árvore novamente, só que dessa vez acabei ficando lá embaixo, meus olhos foram fechando... Dormi com os pés pra cima e minha cabeça dentro de uma raiz.

Não fora as melhores das noites, com certeza não fora. Minhas costas doíam e minha cabeça também. Lembrei-me de pouca coisa, só que Narubb estava em um galho e então... Esqueci! Mas onde estava ela agora? Fiquei pensando se aquilo tudo fora um sonho, mas meu corpo respondia de forma imediata que não fora um simples sonho. A garrafa de vinho estava vazia, alguns pães no chão, era hora de limpar tudo e partir, o brilho do sol me incomodava muito, mas tinha que continuar.

Depois daquele incidente noturno procurei andar pelas poucas sombras existentes, pelo mapa que eu possuía, deveria existir um rio não muito longe dali, talvez um pouco de água me ajudasse.

Continua...

Arthur Damaso

Um comentário:

  1. Quantos devaneios, Balur, olha esse vinho aí... ou supostos devaneios.
    Agora acho que parei de desconfiar do Telárius, mas ele deixa muitas dúvidas no ar. E Balur, você parece não ser tão curioso como eu.
    "comer é claro.", :D

    rs, particularmente, é difícil aconselhar meu vô a parar de fumar cachimbo, porque algo fica na minha cabeça me dizendo que há algo positivo, relacionado à sabedoria e... rs.

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