domingo, 10 de outubro de 2010

As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte XII


O fim de uma jornada...


Era ele. Mas afinal, quem era ele? Fiquei pensando nisso por um bom tempo. Contei a ele como havia caído da árvore, então, ele me contara que um ent, um pastor das árvores, me levara até sua casa. Perguntei muitas coisas, para esclarecer todas as minhas dúvidas.

“Antes que me faça mais alguma pergunta. Meu nome é Thangórion. Ao lhe ajudar, acabei encontrando duas cartas, uma já aberta e queimada na ponta, e outra ainda selada. Mas fique tranqüilo, não abri e não li nada, em respeito a você, caro hobbit”.

Logo após apresentações e esclarecimentos, me apresentei, apenas dizendo meu nome. “Meu nome é Balur. Uma das cartas é para você, pelo menos acredito que seja para você. Trago uma carta de Telárius, este nome significa algo?”. Ele se espantou um pouco. Disse a Thangórion para pegar a carta e abri-la, afinal, ele me parecia ser amigo do velho Telárius.

“Telárius? Não o vejo há muitos anos...” Ele parou de falar, murmurou mais algumas palavras, e por um longo tempo, ele ficara pensando. Thangórion abriu a carta, se sentou e a leu atentamente. Alguns resmungos depois, ele ficara perplexo e me falara muitas coisas, durante um tempo considerável, tempo suficiente para me dar fome.

“Meu caro hobbit, sorte ter chegado aqui com isto, pois ao pequeno sinal de fraqueza, alguém poderia ter lhe roubado o mapa. Preciso encontrar Telárius, e com certa urgência.” Ele me mostrou algumas partes do mapa, e as runas de uma língua estranha, que ele me dissera ser de antigos anões, habitantes das Montanhas Sombrias. “Passarei alguns dias tentando decifrar algumas palavras. Você pode se acomodar em minha casa durante esse tempo. Depois disso, voltaremos para encontrar Telárius. Se prepare, será uma longa viagem.” Assim, ele concluiu e por um longo tempo as conversas terminaram, o silêncio pairou sobre aquela velha casa, apenas os pássaros eram ouvidos.

Mas e meus sonhos. O que significava aquilo tudo? Por que Thangórion estava neles? Certa vez fiz algumas perguntas para ele. “Sabe Balur, você agora é parte de algo maior, algo muito grandioso está para ser revelado. Você estava designado a carregar este mapa até aqui, dessa forma, os sonhos serviram para que você deixasse seu lar, e viajasse uma longa distância até aqui. Da mesma maneira, Telárius estava designado a conhecê-lo e mesmo sem saber se era bom ou mau, ele lhe entregara um mapa antigo, que pode trazer prosperidade ou grande perigo.” Depois das palavras de Thangórion, a água que parecia turva para mim, começou a ficar límpida.

Mas nem tudo caminhou como esperado. A promessa de partir em alguns dias fracassara. Alguns anos se passaram desde minha chegada. Thangórion viajava e ficava fora por semanas, nesses intervalos, eu ficava sozinha em sua casa, lia muitos livros, fumava muita erva e escrevia parte das minhas memórias. A promessa de partir era sempre repetida por Thangórion, mas tive paciência, até que finalmente partimos. Lá estava eu, voltando para minha casa nas colinas, para o meu jardim, minha grande cerejeira, minha cerca coberta de flores na primavera...

Assim, terminam algumas de minhas memórias. Uma aventura que no fim, foi mais uma grande viagem, sem muitos contratempos. Meses depois de minha partida do Condado, cheguei a uma velha casa, conheci um grande amigo. Thangórion era o velho que eu procurei por meses, mas uma aventura terminara e outra estava prestes a começar. Eu e Thangórion viajaríamos para a casa de Telárius, para lhe contar as novidades. Mas esta é outra história, é mais outra aventura do hobbit andarilho.

Fim...

Arthur Damaso

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