domingo, 10 de outubro de 2010
As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte XII
O fim de uma jornada...
Era ele. Mas afinal, quem era ele? Fiquei pensando nisso por um bom tempo. Contei a ele como havia caído da árvore, então, ele me contara que um ent, um pastor das árvores, me levara até sua casa. Perguntei muitas coisas, para esclarecer todas as minhas dúvidas.
“Antes que me faça mais alguma pergunta. Meu nome é Thangórion. Ao lhe ajudar, acabei encontrando duas cartas, uma já aberta e queimada na ponta, e outra ainda selada. Mas fique tranqüilo, não abri e não li nada, em respeito a você, caro hobbit”.
Logo após apresentações e esclarecimentos, me apresentei, apenas dizendo meu nome. “Meu nome é Balur. Uma das cartas é para você, pelo menos acredito que seja para você. Trago uma carta de Telárius, este nome significa algo?”. Ele se espantou um pouco. Disse a Thangórion para pegar a carta e abri-la, afinal, ele me parecia ser amigo do velho Telárius.
“Telárius? Não o vejo há muitos anos...” Ele parou de falar, murmurou mais algumas palavras, e por um longo tempo, ele ficara pensando. Thangórion abriu a carta, se sentou e a leu atentamente. Alguns resmungos depois, ele ficara perplexo e me falara muitas coisas, durante um tempo considerável, tempo suficiente para me dar fome.
“Meu caro hobbit, sorte ter chegado aqui com isto, pois ao pequeno sinal de fraqueza, alguém poderia ter lhe roubado o mapa. Preciso encontrar Telárius, e com certa urgência.” Ele me mostrou algumas partes do mapa, e as runas de uma língua estranha, que ele me dissera ser de antigos anões, habitantes das Montanhas Sombrias. “Passarei alguns dias tentando decifrar algumas palavras. Você pode se acomodar em minha casa durante esse tempo. Depois disso, voltaremos para encontrar Telárius. Se prepare, será uma longa viagem.” Assim, ele concluiu e por um longo tempo as conversas terminaram, o silêncio pairou sobre aquela velha casa, apenas os pássaros eram ouvidos.
Mas e meus sonhos. O que significava aquilo tudo? Por que Thangórion estava neles? Certa vez fiz algumas perguntas para ele. “Sabe Balur, você agora é parte de algo maior, algo muito grandioso está para ser revelado. Você estava designado a carregar este mapa até aqui, dessa forma, os sonhos serviram para que você deixasse seu lar, e viajasse uma longa distância até aqui. Da mesma maneira, Telárius estava designado a conhecê-lo e mesmo sem saber se era bom ou mau, ele lhe entregara um mapa antigo, que pode trazer prosperidade ou grande perigo.” Depois das palavras de Thangórion, a água que parecia turva para mim, começou a ficar límpida.
Mas nem tudo caminhou como esperado. A promessa de partir em alguns dias fracassara. Alguns anos se passaram desde minha chegada. Thangórion viajava e ficava fora por semanas, nesses intervalos, eu ficava sozinha em sua casa, lia muitos livros, fumava muita erva e escrevia parte das minhas memórias. A promessa de partir era sempre repetida por Thangórion, mas tive paciência, até que finalmente partimos. Lá estava eu, voltando para minha casa nas colinas, para o meu jardim, minha grande cerejeira, minha cerca coberta de flores na primavera...
Assim, terminam algumas de minhas memórias. Uma aventura que no fim, foi mais uma grande viagem, sem muitos contratempos. Meses depois de minha partida do Condado, cheguei a uma velha casa, conheci um grande amigo. Thangórion era o velho que eu procurei por meses, mas uma aventura terminara e outra estava prestes a começar. Eu e Thangórion viajaríamos para a casa de Telárius, para lhe contar as novidades. Mas esta é outra história, é mais outra aventura do hobbit andarilho.
Fim...
Arthur Damaso
domingo, 26 de setembro de 2010
As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte XI
Seguindo a fumaça...
Longas caminhadas diárias. Era muito pra mim. Antigamente, a única caminhada que eu fazia, era para a estalagem Dragão Verde, ou então, para o moinho — do já falecido Feitor — pegar farinha, para fazer um grande e saboroso pão de ló.
Esses assuntos sempre me deixavam com mais fome. Em momentos como estes, eu olhava para o horizonte e sempre avistava uma fumaça saindo de alguma chaminé, com certeza alguém estava fazendo alguma delícia, talvez, tomando chá com torradas, comendo torta de amoras... Mas parecia que desta vez, eu realmente estava avistando uma fumaça. Esfreguei os olhos para ver se eles estavam me pregando uma peça, mas não, realmente subia uma fumaça em direção ao céu.
Estava bem distante ainda, mas era visível. O problema era que a fumaça estranhamente vinha do interior da floresta. Como conseguiria não me perder? Essa pergunta martelava em minha cabeça, era como um anão batendo na bigorna.
Perguntei à Narubb qual seria a decisão a tomar. Ela apenas voou e me deixou em meios as dúvidas. “Muito obrigado!”. Assim eu gritei. Os gritos ecoaram, e muitos outros gritos foram ouvidos dentro da floresta. Bem, na carta não havia nada que me impedisse de seguir um caminho por dentro da floresta. Aliás, na carta estava escrito; “Confie nas asas da bela coruja”, Telárius parecia estar errado.
Comecei então uma longa caminhada, durante certo tempo, consegui seguir a fumaça, algumas árvores atrapalhavam de vez em quando minha visão. Encontrei um riacho, tomei um pouco de água, colhi algumas frutas que cresciam em pequenos arbustos, depois continuei minha jornada. À medida que eu avançava para dentro da floresta, a luz minguava, e assim, minhas esperanças de terminar aquela viagem também. Quem era o velho que povoava meus sonhos? Por que fazer esta viagem para tão longe?
Já estava difícil enxergar a fumaça, as árvores tapavam minha visão para fora da floresta, a escuridão crescia diante de cada passo meu. A floresta era muito úmida, somente um anão conseguiria fazer fogo em um lugar como aquele. O vento entrava pela borda da floresta, era frio como o inverno e balançava as árvores como muita força, algumas pareciam até acenar pra mim. Continuei caminhando, foi então, que tive a idéia de subir em uma árvore, para tentar enxergar a fumaça novamente. Aquilo mudaria todo o rumo da viagem, uma completa reviravolta.
Ao tentar subir na árvore, obtive sucesso. Não havia carvalho, teixo, ou freixo que me segurasse. Era sempre eu a subir nas amoreiras, ou para me esconder durante as festas no Condado. Alcancei o galho mais alto, retirei algumas folhas do caminho. Já era possível avistar as primeiras estrelas brilhando no céu, e a fumaça também, para minha alegria. Um momento, um único momento de descuido... Eu tombei, caindo do alto da grande árvore, e ao cair no chão, meus olhos se fecharam, não pude ver mais coisa alguma.
Não sei por quanto tempo fiquei vagando no mundo inconsciente, mas ao acordar, ainda estava bastante tonto e, algo parecia me carregar, o pouco que vi, posso afirmar. “Era um ent.”. Ele me carregava para algum lugar, não consegui ficar acordado ou totalmente consciente para saber.
Quando enfim acordei, estava deitado em uma cama, com um pouco de dor de cabeça. Ao lado da cama, um homem — já velho —, fumava um cachimbo, e observava algo pela janela. Quando olhei para ele, consegui me lembrar, era o mesmo velho que aparecia nos meus sonhos, depois que visitei as Colinas das Torres. A primeira coisa que eu disse foi; “Você?!”.
Continua...
Arthur Damaso
sábado, 18 de setembro de 2010
Menestréis - 8
Leão da Montanha
Correndo o dia todo com Bardax, Olívia pensou muito no quanto aqueles ciganos eram diferentes de tudo o que ela já havia visto antes, e em como de certa forma ela se identificou com eles, e teve vontade de voltar e ir para a Tenda Magnífica também. Mas tinha que tentar passar pelo Portão de Evonuque e seguir até Tílitris.
Era tarde e Olívia caminhava, para dar um descanso a Bardax. Avistou uma grande muralha de montanhas que bloqueavam a passagem e sumiam de vista do Norte ao Sul. Eram altas e belíssimas, cobertas por um capim verde escuro e poucas árvores, havia areia ao pé da montanha mais baixa. E Oíivia disse a Bardax que iriam por ali, seria mais fácil. Essa cadeia montanhosa era altíssima e tão fria no topo das montanhas que nenhum ser conseguia sobreviver àquelas altitudes, que atingiam as nuvens. A única passagem viável para o Leste era o Portão.
Estava escuro, e eles passavam pela areia, quando avistaram uma figura clara e enorme descendo da montanha mais baixa. Bardax não se assustou, e por isso Olívia decidiu não se esconder nem correr, esperaram. Era um leão. Olívia ficou com medo, mas eles permaneceram parados. O Leão se aproximou:
- Quem são vocês? O que querem aqui? Há anos não vejo nenhum peregrino por estes ermos.
Olívia ficou assustada. Era um leão que falava, ninguém nunca havia contado a ela que leões falavam.
- Sou Olívia Dríniel, venho de Árane, e este é Bardax. Queremos passar por um Portão, que deve estar em algum lugar por aqui. Vamos para Tílitris, um país que fica do outro lado desse Portão.
- O Portão de Evonuque... disse o Leão, preocupado.
- Sim. Respondeu Olívia.
- Venham para o meu abrigo e posso aconselhá-los sobre isso. Está começando a chover.
Bardax foi indo na frente, parecia feliz. Olívia confiava no instinto de Bardax, e o Leão parecia ser amigável e sincero.
Os três foram para debaixo de uma grande pedra, que tinha pinturas e desenhos em vermelho e azul. O Leão os ofereceu carne de coelho e Olívia tentou acender uma fogueira para assar o alimento, mas as pedras estavam úmidas. O Leão disse que morava ali há muitos anos, antes de Evonuque chegar.
- O Portão do Mandingueiro Búfalo fica ali atrás, nesta montanha. Ele vive por aqui, mas o vejo raramente, e nunca nos falamos.
Olívia e Bardax comiam a carne crua, enquanto ouviam o Leão da Montanha.
- Olívia, você terá que mandar Bardax voltar para casa, se quiser atravessar o Portão. O Mandingueiro pode querer aprisioná-lo para usar em suas mandingas, eu já vi muitos cavalos presos por ele, e soltos após anos de cativeiro.
Olívia fez muitas perguntas ao Leão da Montanha, e se convenceu de que levar Bardax para Evonuque não era correto. Olívia quis saber o que ela teria que fazer para passar pelo portão, mas o Leão da Montanha disse que não sabia, e achava que a passagem poderia ser impossível, mas que alguém, algum dia, teria que tentar.
O Leão de repente ficou olhando para as pinturas, e Olívia perguntou quem havia desenhado aquilo tudo, e ele disse:
- Foi feito pelo seu povo, que é o povo de Tílitris e de muitos outros lugares neste Mundo.
Olívia então se lembrou do que a cigana dissera “falamos a mesma língua, significa que nossos ancestrais são os mesmos”. E eles dormiram, chovia.
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Daniela Ortega
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte X
domingo, 8 de agosto de 2010
Menestréis - 6 e 7
quarta-feira, 26 de maio de 2010
As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte IX
Uma Nova Esperança...
Meus pés ficaram pesados, cada passo parecia uma caminhada de muitas milhas. Estava cansado, minha visão se tornava confusa, como se um grande nevoeiro tivesse pairado sobre aquele lugar.
Minha única ação naquele momento, fora olhar para o céu e ver um vulto, parecia um pássaro... Mas não pude ver, desacordei. Meu sofrimento parecia ter acabado. Não sei que magia ou outra força oculta me ajudara naquele momento, mas meu fim não seria ali, nem daquela forma.
Era noite quando acordei, estava encostado em uma mochila. Não consegui ver onde estava, pois a escuridão era muito grande. Ao olhar mais a frente, percebi que havia uma fogueira e um homem sentado de costas para mim. Uma fumaça parecia sair de seu rosto, era difícil de saber, mas parecia ser um cachimbo... Era um cachimbo, o vento soprava contra mim, pude sentir o cheiro de uma boa erva sendo queimada. Ainda estava muito fraco, não consegui me levantar. Entre gemidos e esforços, o homem se virou e eu pude ver sua face.
Fiquei observando-o por algum tempo, mas o silêncio permaneceu por um breve período. Era preciso dizer alguma coisa, mas nada me veio à mente naquele momento. “O que aconteceu?”. Não foram sábias palavras, mas, foi o que consegui dizer, sem muito pensar. O homem se apresentou. Dizia se chamar Nórgand. Era um andarilho, talvez, até um dos guardiões do norte... Fiquei curioso para saber o que havia acontecido. Pedi-lhe para contar como havia me encontrado.
“Eu estava passando por estas terras, indo ao sul, até o reino de Gondor, para a cidade de Minas Tirith. Estava a mando do rei, seguindo um grupo de orcs, que tentavam atacar os Terrapardenses. Mas não consegui segui-los, em uma das noites, perdi totalmente o rastro deles. Foi quando avistei uma enorme ave se aproximar de algo, quando cheguei mais perto, era você. A enorme ave era uma coruja, muito bonita, tentei capturá-la, mas em vão. Ela voou para longe, além das montanhas, não deve mais incomodá-lo. Há dois dias viajo trazendo você comigo.”
Sim, a coruja com certeza era Narubb. “Pobre Narubb” - Pensei por um breve momento. - “Veio com alguma notícia ou estava tentando me ajudar”. Mas não disse nada à Nórgand. Restava saber onde eu estava. “Já que viajamos há dois dias, onde estamos?”. “Estamos bem próximos de Isengard.” Fora a melhor notícia dos últimos dias. Esperei que Narubb retornasse, mas eu sabia que, enquanto estivesse com Nórgand, ela hesitaria em se aproximar.
Depois de dois dias de viagem, chegamos à Isengard. Acampamos próximos da grande Torre de Orthanc, trancada naquela época. Fumamos nossos cachimbos e conversamos. Tudo mudara para mim, poderia ter morrido nas montanhas, mas não parecia ser meu destino. Dormi olhando as estrelas, elas pareciam mais brilhantes naquela noite.
Mais um dia da Quarta Era chegava. Logo de manhã, Nórgand seguiu para o sul, enquanto eu viajei para o norte, continuando aos pés das montanhas, mas com um horizonte bem diferente. Agradeci muito à Nórgand, ele me trouxe uma nova esperança, se não fosse por ele, não sei se Narubb poderia ter me ajudado. Por falar nela, fiquei esperando ansiosamente seu retorno, o que logo aconteceria.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Menestréis - 4 e 5
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Taverna do Bardo - Parte 4
sábado, 16 de janeiro de 2010
Menestréis - 2 e 3
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Taverna do Bardo - Parte 3
O velho homem saiu da Taverna do Bardo atrás de Alrosth para perguntar mais coisas, mas não o encontrou lá fora. Voltou para a estalagem e subiu rapidamente as escadas em espiral, tropeçando no seu casaco de couro de elefante. Lá embaixo, o bardo novamente tocava seu bandolim, e os homens bebiam excessivamente.
O corredor era estreito, havia muitas portas, o velho entrou em um daqueles quartos. Havia espadas de vários tamanhos fixadas nas quatro paredes, e sacos espalhados pelo chão, cheios de frágeis e belíssimos objetos de marfim, o velho teve cuidado para não pisar em nenhum deles. Seu senhor estava na janela e se virou dizendo:
― Ousa me incomodar, Canopus, o que há?
― Meu senhor, o dos Múltiplos Nomes ― disse o velho, abaixando a cabeça em reverência. ― Um homem do leste o persegue! Seu nome é Alrosth, ele se referiu ao senhor como Rodd.
O dos Múltiplos Nomes se voltou novamente para a janela, preocupado. Sabia que o tal Alrosth devia ser bom em seguir pistas, não o havia percebido. Rodd foi o nome que usou quando estava nas Terras do Leste.
Alrosth vagava sem rumo por Bélidan, era tarde da noite e ainda havia movimento no centro da cidade, com pessoas vendendo peixes frescos, frutas, grãos, roupas, óleos, objetos e utensílios domésticos. Alrosth começava a se sentir cansado, e agora permaneceria na cidade, desconfiava que Rodd estava ali, principalmente depois da reação dos homens na Taverna do Bardo. Acomodou-se no final de uma alameda escura, sob uma pequena árvore que parecia sufocada na calçada de pedras, deitou-se no chão e fechou os olhos, atento caso alguém aparecesse.
― Esse ponto é meu, não quero nem saber! ― gritou um menininho mendigo, ao lado de Alrosth.
― Você dorme aqui? ― perguntou Alrosth.
― Desde sempre. ― disse o menino, limpando a sujeira em seu rosto.
Alrosth sentou-se do outro lado da árvore, e o menino se acomodou.
― Quer pão? ― perguntou o menino, segurando um saco. ― Coma, peguei de um anão distraído, que corria atrás de uma criatura estranha.
Alrosth fez um sinal com a cabeça de que não queria comer e perguntou:
― Ele estava com um elfo?
― Hm... sim, tinha um elfo correndo também. ― disse o menino, apreciando cada pedaço do pão.
Alrosth pensou por alguns minutos e dormiu ao lado do menino.
Continua...
Por Arthur, Alcy e Daniela
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte VIII
Várias pedras no caminho...
Não fora uma noite tão agradável, levantei antes mesmo do nascer do sol. Quanto mais rápido eu saísse daquelas montanhas, mais estaria longe de um risco eminente... encontrar orcs.
Minha saída era continuar aos pés das montanhas, me dirigindo sempre ao sul, ao final eu chegaria à grande Torre de Orthanc. Antes uma olhada no mapa. Não conhecia muito sobre aquelas terras, mas no mapa indicava mais ao sul a região dos Terrapardenses. Na época, eu não sabia de muitas histórias, e muito menos dos acontecimentos da Quarta Era do Sol. Naqueles anos pós Guerra do Anel, o Rei Aragorn perdoou os Terrapardenses, assim eles se tornaram menos hostis, mas ainda eram pessoas estranhas.
O caminho aos pés das montanhas era ruim, bastante irregular, pedras soltas me faziam escorregar, mas, parecia que era o caminho mais seguro. Aquelas terras não eram de importância aos Terrapardenses, o que era bom, dificilmente encontraria com algum habitante daquele lugar. Viajar a noite não era uma boa idéia, pois, uma coisa havia aprendido com o velho Telárius; “Nunca viaje a noite, os orcs são como Narubb, saem para caçar na escuridão”.
Alguns dias depois de ouvir os gigantes nas montanhas, pude ter uma boa noite de sono, mesmo que, me acomodando sobre pedras. Não havia muito que comer nas montanhas, a comida trazida da casa de Telárius havia acabado... Eu estava começando a ficar desesperado, não era um bom caçador, mesmo se fosse, para isso, teria que me afastar das montanhas, o que era um risco muito grande. Se pelo menos Narubb estivesse lá, ela poderia me ajudar bastante, mas eu não podia contar com ela.
Minha vista do horizonte começava a mudar, as montanhas pareciam diminuir, como que anunciando o fim dessa imensa cordilheira, que se estendia desde as colinas de Bree, bem ao norte. Meu desvio, um atalho por assim dizer, havia dado certo até aquele momento, não havia encontrado orcs, não havia visto mais Narubb.
Nas Montanhas Sombrias era sempre sol, o terreno era árido demais, o que mostrava pouca chuva na maior parte do ano. À medida que eu caminhava, a fome ficava mais insuportável. A idéia de tomar outro caminho para tentar procurar comida já não era um risco, e sim uma grande possibilidade de sobrevivência. Mas para onde eu iria? Tentava algo por entre as montanhas, ou seguiria para encontrar algum acampamento dos Terrapardenses? Perguntas difíceis naquele momento...
Talvez meu “Até breve” à Telárius tenha sido precipitado, minha jornada estava longe do fim. Eu estava com fome em um lugar inóspito. Não havia água, comida, amoras, cerejas, uma grande árvores para descansar em suas raízes, até as ervas de fumo haviam acabado, nesse momento eu pensava: “Talvez tenha sido um grande erro sair do Condado”.
Continua...
Arthur Damaso
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Taverna do Bardo - Parte 2
Não se sentia cansado, mas também não convinha viajar a noite. O certo seria se hospedar ali mesmo. No balcão, perto de uma escada em espiral, estava um homem parrudo, já de idade avançada, que prestava atenção na apresentação do bardo.
― Uma boa noite para velhas canções ― falou Alrosth.
― Essa não é tão velha assim ― disse o homem, virando a cabeça para encarar Alrosth.
― E o que alguém do leste faz aqui, tão longe do conforto?
Alrosth ficou calado por alguns momentos. Seu sotaque era inconfundível, porém isso não atrapalharia a missão.
― Procuro por um homem. Segundo minhas informações ele pode estar nesta cidade ― falou. Era preciso extrair um pouco mais do homem, antes de decidir se era seguro revelar mais da missão.
― Com tantas pistas assim fica difícil falar ― ele começava a parecer interessado. Diminuiu o tom da voz e chegou perto de onde Alrosth tinha se sentado. ― Pode ser mais claro?
― O nome que tenho é Rodd ― disse Alrosth.
De imediato o bardo parou de cantar. O lugar foi invadido por um desconcertante silêncio e todos encararam Alrosth. Ele olhou em volta e o que viu foram vários pares de olhos que brilhavam numa mistura de medo e ódio. Enfiou lentamente a mão dentro da capa e segurou a bainha da espada.
― Saia já daqui ― sussurrou o homem, dando a volta pelo balcão e empurrando-o por entre as mesas até a saída. ― Eles vão logo se esquecer disso, mas não apareça de novo por aqui, nem saia por aí dizendo besteiras como essa.
A primeira impressão da cidade não tinha sido muito boa. Mas algo começava a se confirmar: Rodd estava em Bélidan.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Taverna do Bardo - Parte 1
Era uma grande cidade, um centro de comércio, seria difícil encontrar alguém naquele lugar. A cidade tinha boa parte das casas feita de pedra, só algumas casas fora do muro externo não eram feitas de pedra. Guardas vigiavam de altas torres, grandes arcos e flechas tão afiadas quanto uma espada.
Alrosth trajava uma roupa verde, já desbotada pelo tempo, ele já não era tão jovem, talvez trinta anos, era alto, mas não muito forte. Um arco longo nas costas, uma aljava feita de couro, e um punhal que guardava dentro de sua bota.
Ele estava sem direção, pois, não conhecia a cidade. Anoitecera, e então, ele fora procurar uma taverna e uma possível estalagem para pernoitar, foi seguindo por um longo corredor, algumas portas dos lados, muitas janelas e algumas lamparinas presas em alguns portais. Lá, bem distante Alrosth avistou uma placa de madeira escrita, "Taverna do Bardo". Muitas luzes acesas, ele seguiu pelo corredor, passou por um homem encapuzado, mas ele não tinha certeza que era mesmo um homem, Alrosth não conseguiu ver o que era, tentou passar despercebido.
Na porta, estavam um anão, um elfo e uma criatura estranha, não sendo vista com freqüência por aquelas terras, possivelmente um goblin. Alrosth aproveitou a ocasião para fazer algumas perguntas;
― Boa noite senhores! ― disse Alrosth. ― Meu nome é Alrosth, das Terras do Leste. Espero não estar atrapalhando esta bela noite.
O anão olhou diretamente nos olhos de Alrosth. ― Boa noite viajante! ― Nada mais disse o anão.
― Não se preocupe com Théran. ― disse o elfo, com uma feição amigável. ― Saudações, nobre viajante, meu nome é Hellian, das Florestas Longínquas de Aldenian. Não atrapalha, só estamos de passagem, ficaremos aqui só esta noite. Levaremos esta criatura até o próximo posto de guarda, não muito longe, talvez, um dia de viagem.
Alrosth percebeu que o elfo estava disposto a ajudar, mesmo que de forma ínfima. ― Estou à procura de um homem, seguindo-o através de várias léguas. Você sabe alguém de confiança para me dar informações seguras?
― Mas, o que este homem fez? ― O elfo queria saber de algo. Mas parecia que Alrosth não falaria nada, mesmo para um elfo que parecia tentar ajudar. ― Desculpe, mas é uma missão de bastante discrição.
― Agradeço a ajuda de vocês. Vou entrar na taverna, aproveitar esta boa música e tentar descobrir alguma coisa. ― Alrosth percebeu que não adiantaria ficar ali. ― Até breve senhores! Boa Noite.
Alrosth entrou na estalagem. No canto, bem perto da janela estava um bardo tocando seu bandolim, enquanto, outros bebiam e se divertiam. A estalagem estava cheia de viajantes, possivelmente; ladrões, assassinos, mercenários.
Continua...
Por Arthur, Alcy e Daniela