domingo, 10 de outubro de 2010

As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte XII


O fim de uma jornada...


Era ele. Mas afinal, quem era ele? Fiquei pensando nisso por um bom tempo. Contei a ele como havia caído da árvore, então, ele me contara que um ent, um pastor das árvores, me levara até sua casa. Perguntei muitas coisas, para esclarecer todas as minhas dúvidas.

“Antes que me faça mais alguma pergunta. Meu nome é Thangórion. Ao lhe ajudar, acabei encontrando duas cartas, uma já aberta e queimada na ponta, e outra ainda selada. Mas fique tranqüilo, não abri e não li nada, em respeito a você, caro hobbit”.

Logo após apresentações e esclarecimentos, me apresentei, apenas dizendo meu nome. “Meu nome é Balur. Uma das cartas é para você, pelo menos acredito que seja para você. Trago uma carta de Telárius, este nome significa algo?”. Ele se espantou um pouco. Disse a Thangórion para pegar a carta e abri-la, afinal, ele me parecia ser amigo do velho Telárius.

“Telárius? Não o vejo há muitos anos...” Ele parou de falar, murmurou mais algumas palavras, e por um longo tempo, ele ficara pensando. Thangórion abriu a carta, se sentou e a leu atentamente. Alguns resmungos depois, ele ficara perplexo e me falara muitas coisas, durante um tempo considerável, tempo suficiente para me dar fome.

“Meu caro hobbit, sorte ter chegado aqui com isto, pois ao pequeno sinal de fraqueza, alguém poderia ter lhe roubado o mapa. Preciso encontrar Telárius, e com certa urgência.” Ele me mostrou algumas partes do mapa, e as runas de uma língua estranha, que ele me dissera ser de antigos anões, habitantes das Montanhas Sombrias. “Passarei alguns dias tentando decifrar algumas palavras. Você pode se acomodar em minha casa durante esse tempo. Depois disso, voltaremos para encontrar Telárius. Se prepare, será uma longa viagem.” Assim, ele concluiu e por um longo tempo as conversas terminaram, o silêncio pairou sobre aquela velha casa, apenas os pássaros eram ouvidos.

Mas e meus sonhos. O que significava aquilo tudo? Por que Thangórion estava neles? Certa vez fiz algumas perguntas para ele. “Sabe Balur, você agora é parte de algo maior, algo muito grandioso está para ser revelado. Você estava designado a carregar este mapa até aqui, dessa forma, os sonhos serviram para que você deixasse seu lar, e viajasse uma longa distância até aqui. Da mesma maneira, Telárius estava designado a conhecê-lo e mesmo sem saber se era bom ou mau, ele lhe entregara um mapa antigo, que pode trazer prosperidade ou grande perigo.” Depois das palavras de Thangórion, a água que parecia turva para mim, começou a ficar límpida.

Mas nem tudo caminhou como esperado. A promessa de partir em alguns dias fracassara. Alguns anos se passaram desde minha chegada. Thangórion viajava e ficava fora por semanas, nesses intervalos, eu ficava sozinha em sua casa, lia muitos livros, fumava muita erva e escrevia parte das minhas memórias. A promessa de partir era sempre repetida por Thangórion, mas tive paciência, até que finalmente partimos. Lá estava eu, voltando para minha casa nas colinas, para o meu jardim, minha grande cerejeira, minha cerca coberta de flores na primavera...

Assim, terminam algumas de minhas memórias. Uma aventura que no fim, foi mais uma grande viagem, sem muitos contratempos. Meses depois de minha partida do Condado, cheguei a uma velha casa, conheci um grande amigo. Thangórion era o velho que eu procurei por meses, mas uma aventura terminara e outra estava prestes a começar. Eu e Thangórion viajaríamos para a casa de Telárius, para lhe contar as novidades. Mas esta é outra história, é mais outra aventura do hobbit andarilho.

Fim...

Arthur Damaso

domingo, 26 de setembro de 2010

As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte XI


Seguindo a fumaça...



Longas caminhadas diárias. Era muito pra mim. Antigamente, a única caminhada que eu fazia, era para a estalagem Dragão Verde, ou então, para o moinho — do já falecido Feitor — pegar farinha, para fazer um grande e saboroso pão de ló.

Esses assuntos sempre me deixavam com mais fome. Em momentos como estes, eu olhava para o horizonte e sempre avistava uma fumaça saindo de alguma chaminé, com certeza alguém estava fazendo alguma delícia, talvez, tomando chá com torradas, comendo torta de amoras... Mas parecia que desta vez, eu realmente estava avistando uma fumaça. Esfreguei os olhos para ver se eles estavam me pregando uma peça, mas não, realmente subia uma fumaça em direção ao céu.

Estava bem distante ainda, mas era visível. O problema era que a fumaça estranhamente vinha do interior da floresta. Como conseguiria não me perder? Essa pergunta martelava em minha cabeça, era como um anão batendo na bigorna.

Perguntei à Narubb qual seria a decisão a tomar. Ela apenas voou e me deixou em meios as dúvidas. “Muito obrigado!”. Assim eu gritei. Os gritos ecoaram, e muitos outros gritos foram ouvidos dentro da floresta. Bem, na carta não havia nada que me impedisse de seguir um caminho por dentro da floresta. Aliás, na carta estava escrito; “Confie nas asas da bela coruja”, Telárius parecia estar errado.

Comecei então uma longa caminhada, durante certo tempo, consegui seguir a fumaça, algumas árvores atrapalhavam de vez em quando minha visão. Encontrei um riacho, tomei um pouco de água, colhi algumas frutas que cresciam em pequenos arbustos, depois continuei minha jornada. À medida que eu avançava para dentro da floresta, a luz minguava, e assim, minhas esperanças de terminar aquela viagem também. Quem era o velho que povoava meus sonhos? Por que fazer esta viagem para tão longe?

Já estava difícil enxergar a fumaça, as árvores tapavam minha visão para fora da floresta, a escuridão crescia diante de cada passo meu. A floresta era muito úmida, somente um anão conseguiria fazer fogo em um lugar como aquele. O vento entrava pela borda da floresta, era frio como o inverno e balançava as árvores como muita força, algumas pareciam até acenar pra mim. Continuei caminhando, foi então, que tive a idéia de subir em uma árvore, para tentar enxergar a fumaça novamente. Aquilo mudaria todo o rumo da viagem, uma completa reviravolta.

Ao tentar subir na árvore, obtive sucesso. Não havia carvalho, teixo, ou freixo que me segurasse. Era sempre eu a subir nas amoreiras, ou para me esconder durante as festas no Condado. Alcancei o galho mais alto, retirei algumas folhas do caminho. Já era possível avistar as primeiras estrelas brilhando no céu, e a fumaça também, para minha alegria. Um momento, um único momento de descuido... Eu tombei, caindo do alto da grande árvore, e ao cair no chão, meus olhos se fecharam, não pude ver mais coisa alguma.

Não sei por quanto tempo fiquei vagando no mundo inconsciente, mas ao acordar, ainda estava bastante tonto e, algo parecia me carregar, o pouco que vi, posso afirmar. “Era um ent.”. Ele me carregava para algum lugar, não consegui ficar acordado ou totalmente consciente para saber.

Quando enfim acordei, estava deitado em uma cama, com um pouco de dor de cabeça. Ao lado da cama, um homem — já velho —, fumava um cachimbo, e observava algo pela janela. Quando olhei para ele, consegui me lembrar, era o mesmo velho que aparecia nos meus sonhos, depois que visitei as Colinas das Torres. A primeira coisa que eu disse foi; “Você?!”.

Continua...

Arthur Damaso

sábado, 18 de setembro de 2010

Menestréis - 8



Leão da Montanha

   Correndo o dia todo com Bardax, Olívia pensou muito no quanto aqueles ciganos eram diferentes de tudo o que ela já havia visto antes, e em como de certa forma ela se identificou com eles, e teve vontade de voltar e ir para a Tenda Magnífica também. Mas tinha que tentar passar pelo Portão de Evonuque e seguir até Tílitris.

   Era tarde e Olívia caminhava, para dar um descanso a Bardax. Avistou uma grande muralha de montanhas que bloqueavam a passagem e sumiam de vista do Norte ao Sul. Eram altas e belíssimas, cobertas por um capim verde escuro e poucas árvores, havia areia ao pé da montanha mais baixa. E Oíivia disse a Bardax que iriam por ali, seria mais fácil. Essa cadeia montanhosa era altíssima e tão fria no topo das montanhas que nenhum ser conseguia sobreviver àquelas altitudes, que atingiam as nuvens. A única passagem viável para o Leste era o Portão.
  
   Estava escuro, e eles passavam pela areia, quando avistaram uma figura clara e enorme descendo da montanha mais baixa. Bardax não se assustou, e por isso Olívia decidiu não se esconder nem correr, esperaram. Era um leão. Olívia ficou com medo, mas eles permaneceram parados. O Leão se aproximou:

   - Quem são vocês? O que querem aqui? Há anos não vejo nenhum peregrino por estes ermos.
   Olívia ficou assustada. Era um leão que falava, ninguém nunca havia contado a ela que leões falavam.

   - Sou Olívia Dríniel, venho de Árane, e este é Bardax. Queremos passar por um Portão, que deve estar em algum lugar por aqui. Vamos para Tílitris, um país que fica do outro lado desse Portão.

   - O Portão de Evonuque... disse o Leão, preocupado.

   - Sim. Respondeu Olívia.

   - Venham para o meu abrigo e posso aconselhá-los sobre isso. Está começando a chover.

   Bardax foi indo na frente, parecia feliz. Olívia confiava no instinto de Bardax, e o Leão parecia ser amigável e sincero.

   Os três foram para debaixo de uma grande pedra, que tinha pinturas e desenhos em vermelho e azul. O Leão os ofereceu carne de coelho e Olívia tentou acender uma fogueira para assar o alimento, mas as pedras estavam úmidas. O Leão disse que morava ali há muitos anos, antes de Evonuque chegar.

   - O Portão do Mandingueiro Búfalo fica ali atrás, nesta montanha. Ele vive por aqui, mas o vejo raramente, e nunca nos falamos.

   Olívia e Bardax comiam a carne crua, enquanto ouviam o Leão da Montanha.

   - Olívia, você terá que mandar Bardax voltar para casa, se quiser atravessar o Portão. O Mandingueiro pode querer aprisioná-lo para usar em suas mandingas, eu já vi muitos cavalos presos por ele, e soltos após anos de cativeiro.

   Olívia fez muitas perguntas ao Leão da Montanha, e se convenceu de que levar Bardax para Evonuque não era correto. Olívia quis saber o que ela teria que fazer para passar pelo portão, mas o Leão da Montanha disse que não sabia, e achava que a passagem poderia ser impossível, mas que alguém, algum dia, teria que tentar.

   O Leão de repente ficou olhando para as pinturas, e Olívia perguntou quem havia desenhado aquilo tudo, e ele disse:

   - Foi feito pelo seu povo, que é o povo de Tílitris e de muitos outros lugares neste Mundo.
   Olívia então se lembrou do que a cigana dissera “falamos a mesma língua, significa que nossos ancestrais são os mesmos”. E eles dormiram, chovia.
~
Daniela Ortega

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte X


Um grande reencontro na Floresta de Fangorn...

É... a companhia de Nórgand durara pouco tempo. Estava novamente sozinho. Logo alcançaria a Floresta de Fangorn. Muitas histórias eu escutava daquela floresta, mas ela parecia ter mudado. Com a chegada da Quarta Era do Sol, muitos lugares que se viam nas sombras, ficaram inundados de luz e prosperidade. 

Onde estaria Narubb? Era uma pergunta que rondava meus pensamentos. Depois de dois dias caminhando entre pedras e alguns arbustos, me vi na borda da floresta. Não era tão assustadora assim, mas era muito grande. Vários dias até que eu atravessasse toda a floresta. Se eu tivesse ido por dentro, não haveria estrada, poderia me perder, não valeria à pena tentar encurtar caminho.

Dei uma olhada para dentro da grande floresta, um vento frio saia de lá, era como o vento que anuncia o inverno, enquanto as folhas caem. Mas, já havia me decidido, tomaria o caminho mais longo, porém, mais seguro. Encostei-me em um velho teixo para descansar. O cansaço tomara conta de mim, então cai em sono profundo. Não durou muito meu descanso, foi quando percebi algo se aproximando, um barulho de asas batendo... Sim, era Narubb! Não poderia deixar de reconhecer uma coruja grande e azul.

Fiquei muito contente em revê-la. Muitos dias haviam se passado desde nosso ultimo encontro. Narubb parecia trazer alguma mensagem, com certeza era de Telárius. Resolvi por não abrir sua mensagem naquele momento, logo pensei... ”Não, melhor não, más notícias de novo.” Naquele momento, tudo parecia tão bom. Como Narubb havia me acordado, segui viagem, apenas para andar mais algumas léguas, antes do pôr-do-sol.

O sol já se escondia entre as montanhas, a floresta já estava bastante escura. Narubb havia saído voando, para ver como estavam aquelas terras. Adentrei alguns passos para dentro da floresta, encontrei uma pequena clareira. Lá, recolhi alguns gravetos e acendi uma pequena fogueira. Narubb logo retornou com uma pequena lebre, o bastante para mim, fiquei muito agradecido. Ela logo sumiu novamente, deve ter ido buscar algo para ela comer. Como estava com saudades de Narubb, antes do seu retorno, foram muitos dias comendo frutas, algumas folhagens, mas nada muito apetitoso, tempos ruins, devo ter emagrecido bastante nesta época. Nestas horas, sentia muita saudade de casa. 

Lá, no alto das árvores, entre uma pequena abertura nas folhagens, eu pude ver o brilho das estrelas no céu, sentir o vento, ouvir o farfalhar das folhas... naquela noite me recordava da minha antiga vida, da tranqüilidade das colinas. Era um pensamento constante. ...Lembro quando eu subia na grande cerejeira, eu olhava as colinas distantes, muitas sumiam no horizonte, eu jamais desejei alcançá-las, mas lá estava eu, muito além de qualquer horizonte, muito além de qualquer colina.

Antes de dormir, resolvi abrir a mensagem de Telárius. O que eu achei que fosse uma decepção, uma má notícia, era na verdade uma belíssima poesia. Estava difícil para ler, pois estava muito escuro, aproximei a folha para perto da fogueira, mas foi uma péssima idéia. Quando me dei conta, o papel pegara fogo, perdi um pedaço da mensagem, mas uma bela poesia estava escrita. Jamais esquecerei tão belas palavras;
A Viagem para o horizonte

Jamais tema a solidão e a insegurança  
Jamais chore pela lembrança.
Rios, planícies, montanhas
Não tema, quando as coisas parecerem estranhas.
Confie nas asas da bela coruja
Olhe sempre para o céu
Fique esperto caso ela fuja.

Tenho certeza que estás no caminho certo
Perto da floresta, longe do grande deserto.
Atravesse as grandes árvores,
Siga em frente
Com muita sorte, pode encontrar algum ent.

Sua viagem se aproxima do fim,
Mas não se esqueça de me visitar
Estou esperando com bolo e uma xícara de chá
Entregue minha carta, quando meu amigo encontrar...

Na parte queimada, outras palavras haviam sido escritas, mas as perdi em meio às chamas. Era como se Telárius adivinhasse onde eu estava e como estava me sentindo. Depois de ler, adormeci, e sob as raízes de uma grande árvore, me perdi entre sonhos.

Uma noite tranqüila, sob os olhares da floresta, e talvez, de algum ent. No outro dia, logo cedo, continuaria minha viagem, seguindo pela borda da floresta. Muitas léguas me separavam do fim de Fangorn, mas agora, Narubb estava comigo e as palavras de Telárius me indicavam o caminho a seguir.

Continua...

Arthur Damaso

domingo, 8 de agosto de 2010

Menestréis - 6 e 7



Mirante dos Dragões


Desceu do barco e deitou na praia, chegara ao continente a tempo, os barris de água doce haviam acabado um dia antes. E no barco só encontrara cocos e castanhas para comer, dentro de sacos sujos. Desejou enxergar aquele céu, que todos diziam ser azul como o mar, mas um azul diferente. O Menestrel não sabia o que eram as cores, e não entendia quando lhe explicavam.

Levantou-se e seguiu para o sertão. Era aproximadamente meio dia, pela intensidade do Sol, mas talvez no continente tudo fosse diferente, não sabia. Estava em uma mata de coqueiros altos, e ouviu o som de um riacho. Foi correndo e cantarolando naquela direção.

- Rio brincando no rio e canto em qualquer canto.

Bebeu muita água e adiante encontrou algumas laranjas. Por todo o caminho, havia árvores com frutas cítricas. Ele se sentia feliz, sempre pulando e cantando. Após uma longa caminhada, tropeçou em um galho, e ralou os joelhos em algumas pedras, sangrou um pouco. Ele chorou como uma criança, rastejou por uns metros e ficou sentado por um tempo descansando.

Laranja boa e madura,
À toa na estrada,
Não é laranja qualquer:
Tem praga, ou está bichada.
Azar eu tenho, longe do meu lar
Vou me levantar e dar no pé...

As árvores começaram a ficar diferentes, mais barulhentas e com mais sombra. Estava fresco e era noite. O Menestrel estava com fome, mas se aconchegou na raiz de uma árvore que aparentava ser bem grande. As árvores não o assustaram com todo o alvoroço, ele gostava daquele som que parecia ser maligno, porque no fundo sabia que não era. Ouviu o uivar de animais, mas ficou quieto e dormiu. Estava perto de onde queria estar, mas não sabia disso.

Com o sol já quente, o Menestrel acordou e correu até o rio, queria tomar um banho, mas já havia perdido muito tempo. Ele caminhava rápido dando pulinhos alegres, e sabia que já estava perto do Mirante. Percebeu isso porque, seguindo o rio, ouviu o som de uma cachoeira que deveria ser muito alta, isso o fez gritar muito, de uma felicidade inexplicável. Ele estava molhado por causa do vapor e seu machucado no joelho ardia. Lá em cima estava o Mirante dos Dragões, de que tanto ouvira em histórias de Tílitris, que ele mesmo recontava. Não havia dragões no Mundo, mas o Menestrel acreditava que no passado eles existiram, e que moravam ali, onde ele estava agora. O Menestrel acreditava nas histórias de sua avó, que seu pai contava, sobre a possível existência uma passagem por uma gruta dentro da cachoeira, que era o caminho para embaixo do Mundo, e que lá ainda estariam os últimos dragões. Mas ele não entraria ali e precisava continuar a caminhada, escalando um grande paredão de pedras, ao lado da cachoeira.

No topo do Mirante e em cima da cachoeira que realmente deveria ser grande pelo tempo que demorou na escalada, o Menestrel imaginou como deveria ser saber o que tinha no horizonte. Ele tirou suas roupas e as torceu, as vestiu e sentiu falta de alguns guizos que ficavam dependurados em sua blusa. Estava calor, e andando ao vento, logo estava seco, foi seguindo o rio e sentiu fome. Tinha que segurar seu chapéu em forma de cone para que não voasse.

O Menestrel estava em uma busca que talvez seria impossível. Fugiu de Tílitris para escapar da morte e procurar por Feltris. Mas antes precisaria encontrar alguém.
~


Na Floresta Azul

Feltris, após ter sido isolado de Árane e de sua amiga Délane pelo bloqueio do Mandingueiro Búfalo, caiu em sombras e desencanto. Os tílitris estavam sem segurança, e foi quando o Alquimista apareceu. Era ambicioso, e ofereceu ajuda a Feltris naquele momento de tristeza. Mas o trapaceiro Alquimista preparou uma tocaia e o mandou para o exílio, que somente a Raposa Velha sabia onde ficava.

O Menestrel estava à procura da Raposa Velha, que vivia na Floresta Azul. Ele já estava na Floresta, mas não sabia. E cantava:

O canto tem rumo certo
Como o peito aberto esconde o grito.
Já não mais ficarei em mim
Para compor o recado da presença.

O Alquimista confiscou todos os bens dos tílitris, e os que se juntaram a ele tinham regalias, e faziam a cabeça do povo, dizendo que Feltris estava longe para cuidar de sua doença, e que o Alquimista era um homem que iria trazer a felicidade de volta a Tílitris. Mas isso não aconteceu. Os artistas e opositores foram perseguidos e enforcados. As pessoas, com medo, obedeciam fielmente ao Alquimista.

A mãe do Menestrel esculpia em madeira, e foi enforcada por retratar o sofrimento do povo e a saudade de Feltris em suas obras. O Menestrel se revoltou com isso e fez muitos poemas conta o Alquimista, numa tentativa de libertar a mente dos tílitris para que eles pudessem contestar o Alquimista e fazer alguma coisa para trazer Feltris de volta, se ainda estivesse vivo. O Alquimista prendeu o Menestrel e o condenou à guilhotina. Mas ele conseguiu fugir da prisão e escapar da ilha.

O Menestrel teve a ajuda de um falso aliado do Alquimista, que trabalhava na prisão. O homem disse que havia ouvido umas conversas do Alquimista, em que ele citava Feltris e uma tal Raposa Velha, que poderia estragar tudo porque eles não a encontraram.

O Menestrel comeu algumas ervas cheirosas, e se sentiu exausto, cheio de picadas de formigas e mosquitos. A noite estava chegando e ele se sentiu indefeso, no meio de uma floresta que parecia o guiar a caminhar em círculos.
~
Daniela Ortega

quarta-feira, 26 de maio de 2010

As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte IX


Uma Nova Esperança...



Meus pés ficaram pesados, cada passo parecia uma caminhada de muitas milhas. Estava cansado, minha visão se tornava confusa, como se um grande nevoeiro tivesse pairado sobre aquele lugar.

Minha única ação naquele momento, fora olhar para o céu e ver um vulto, parecia um pássaro... Mas não pude ver, desacordei. Meu sofrimento parecia ter acabado. Não sei que magia ou outra força oculta me ajudara naquele momento, mas meu fim não seria ali, nem daquela forma.

Era noite quando acordei, estava encostado em uma mochila. Não consegui ver onde estava, pois a escuridão era muito grande. Ao olhar mais a frente, percebi que havia uma fogueira e um homem sentado de costas para mim. Uma fumaça parecia sair de seu rosto, era difícil de saber, mas parecia ser um cachimbo... Era um cachimbo, o vento soprava contra mim, pude sentir o cheiro de uma boa erva sendo queimada. Ainda estava muito fraco, não consegui me levantar. Entre gemidos e esforços, o homem se virou e eu pude ver sua face.

Fiquei observando-o por algum tempo, mas o silêncio permaneceu por um breve período. Era preciso dizer alguma coisa, mas nada me veio à mente naquele momento. “O que aconteceu?”. Não foram sábias palavras, mas, foi o que consegui dizer, sem muito pensar. O homem se apresentou. Dizia se chamar Nórgand. Era um andarilho, talvez, até um dos guardiões do norte... Fiquei curioso para saber o que havia acontecido. Pedi-lhe para contar como havia me encontrado.

“Eu estava passando por estas terras, indo ao sul, até o reino de Gondor, para a cidade de Minas Tirith. Estava a mando do rei, seguindo um grupo de orcs, que tentavam atacar os Terrapardenses. Mas não consegui segui-los, em uma das noites, perdi totalmente o rastro deles. Foi quando avistei uma enorme ave se aproximar de algo, quando cheguei mais perto, era você. A enorme ave era uma coruja, muito bonita, tentei capturá-la, mas em vão. Ela voou para longe, além das montanhas, não deve mais incomodá-lo. Há dois dias viajo trazendo você comigo.”

Sim, a coruja com certeza era Narubb. “Pobre Narubb” - Pensei por um breve momento. - “Veio com alguma notícia ou estava tentando me ajudar”. Mas não disse nada à Nórgand. Restava saber onde eu estava. “Já que viajamos há dois dias, onde estamos?”. “Estamos bem próximos de Isengard.” Fora a melhor notícia dos últimos dias. Esperei que Narubb retornasse, mas eu sabia que, enquanto estivesse com Nórgand, ela hesitaria em se aproximar.

Depois de dois dias de viagem, chegamos à Isengard. Acampamos próximos da grande Torre de Orthanc, trancada naquela época. Fumamos nossos cachimbos e conversamos. Tudo mudara para mim, poderia ter morrido nas montanhas, mas não parecia ser meu destino. Dormi olhando as estrelas, elas pareciam mais brilhantes naquela noite.


Mais um dia da Quarta Era chegava. Logo de manhã, Nórgand seguiu para o sul, enquanto eu viajei para o norte, continuando aos pés das montanhas, mas com um horizonte bem diferente. Agradeci muito à Nórgand, ele me trouxe uma nova esperança, se não fosse por ele, não sei se Narubb poderia ter me ajudado. Por falar nela, fiquei esperando ansiosamente seu retorno, o que logo aconteceria.


Continua...

Arthur Damaso

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Menestréis - 4 e 5



O Horizonte Desconhecido

   Ao nascer do sol, já estavam no topo da Serra do Rio Forquilha. O Rio Forquilha tinha esse nome porque dele se bifurcavam outros rios, menores e sem nome, chamados de forquilhas, pelos áranes. A Serra era a única paisagem no horizonte que se via de Árane, algumas pessoas trabalhavam por ali.

   Era a primeira vez que olhavam para um horizonte além de Árane, e lá pararam para descansar e comer. Do topo da Serra dava para ver onde o Rio se dividia primeiramente em dois, e ia para muito longe, talvez para o mar, ou talvez, de tanto se ramificarem, as forquilhas acabassem em alguma terra seca. Viram muitos campos e pequenos morros, árvores e arbustos, e um grande lago cinzento no pé da Serra, Bardax enxergava com dificuldade.

   Bardax se contentou em mastigar algumas ervas por perto. Olívia comeu uma banana que havia levado, e encontrou frutinhas rasteiras, que tinham ali, achou que eram muito doces. Depois, vestiu um par de meias secas, descansaram um pouco, e desceram a Serra, com cuidado para não escorregarem em lugares muito íngremes. As árvores tortas os protegiam do sol, formando labirintos, e Olívia caminhava à frente de Bardax.

   Terminaram a descida, e chegaram ao lago cinzento. Bardax chegou perto e cheirou, mas não havia água, e sim argila. Olívia não sabia o que era argila, e se maravilhou com a textura e o frescor daquele barro diferente. Passou a argila por todo o seu corpo e pelo pêlo de Bardax, para se protegerem dos mosquitos e do sol.

   Olívia subiu em Bardax e eles seguiram em trote por algumas horas, em um vasto campo florido. Tudo acontecera tão rápido que ela ainda não havia parado para pensar. E começou a sentir certo arrependimento por estar indo para, sabe-se lá onde, e pensou em voltar. Mas não poderia voltar para aquela Árane infeliz, a decepção seria muito grande, ela tinha que tentar fazer algo, por aquelas pessoas sofridas. Não poderiam sucumbir em nome do Palácio de Baleth. Sentiu medo, mas um pouco de vontade também.

   Caminharam o restante do dia à beira da forquilha do Rio, paravam às vezes para breves lanches. Quando passaram pelos Buritis dos Tamanduás, viram muitos tamanduás diferentes, e Bardax não teve medo daqueles estranhos animais, que os fitavam com estranhamento. Olívia os achou muito belos, mas preferiu não se aproximar. Bardax estava preocupado, pois havia muito brejo, e se atolasse, Olívia não conseguiria ajudar. Os buritis ficaram para trás, e os curiosos animais também, estava anoitecendo.

   Com a visão distorcida e suando frio, Olívia sussurou:

   - Bardax, o que é aquilo?

   Viu uma grande tenda de lona listrada de amarelo e azul no meio da mata, à frente deles. Olívia desmaiou, e caiu de Bardax. O veneno mortal estava se manifestando. Bardax se desesperou, estava sozinho.
~

Os Ciganos

   Olívia acordou, estava em uma rede dourada, embaixo de uma árvore cheia de flores amarelas, era uma manhã fresca. Olhou para os lados e viu a grande tenda listrada, agora percebera como era bonita, diferente de tudo o que já havia visto, tudo ali era diferente e encantador. Viu também uma fogueira rodeada de panelinhas de cobre, muito brilhantes, e sentiu um aroma delicioso de comida, um tempero diferente, percebeu que estava faminta.

   Da tenda, saíram crianças brincando e correndo, e uma cigana ruiva veio até Olívia, que ficou impressionada com as roupas da mulher, e de todos que saíram da tenda atrás dela. Usavam roupas muito coloridas, as mulheres com blusas azuis bordadas em ouro, vestidos de uma linda cor púrpura, saias marrons longas e rodadas, moedinhas douradas faziam um barulho suave e agradável quando andavam. Deram comida para Olívia e falaram com ela

   - Meu nome é Olívia Dríniel, venho de Árane, e vou para Tílitris...

   A cigana ruiva a olhou com indiferença e disse:

   - Não sabemos onde ficam esses lugares. Viajamos pelas florestas e não nos metemos nos assuntos de outros povos. Mas falamos a mesma língua, significa que nossos ancestrais são os mesmos, e já é um bom motivo para a ajudarmos no que precisar, prossiga sua jornada quando quiser!, a cigana falava em nome de todos, e eles pareciam ser muito simpáticos e felizes.

   As mulheres eram baixas, mas o homens eram muito altos, e todos tinham tranças nos longos cabelos negros. Só aquela cigana era ruiva.

   Um homem se aproximou, tinha um rosto muito diferente, parecia ser nativo dos povos das florestas antigas. Tinha pinturas nos braços e as tranças dos cabelos eram enfeitadas com miçangas douradas.

   - Meu nome é Táreni, e esta é Dúna, minha esposa.

   O homem falou, acenando para a mulher ruiva.

   - Estamos indo para a nossa Tenda Magnífica, ao Sul. Lá está o nosso povo. Todos somos artistas, cada um com uma arte diferente, com fogo, fitas, água, ilusões, malabarismos e brincadeiras, instrumentos, voz, e todas as outras coisas que inventamos, disse Táreni.

   Olívia sentiu admiração por aquelas pessoas. Perguntou onde estava Bardax, e um rapaz disse que ele estava dormindo. Um rapaz, com apelido de Bobo da Corte, explicou à Olívia o que havia acontecido. As frutinhas doces eram venenosas e ela teria morrido se não tivesse sido tratada por eles, já estavam com os ciganos há uma semana, e só agora ela acordara. Ela agradeceu, e caiu no sono novamente.

   Acordou com as lambidas de Bardax, e ficou muito feliz em vê-lo. Era noite, ela se levantou da rede, um pouco fraca, mas feliz por estar ali e admirada com a beleza da música que estava ouvindo. Os ciganos estavam cantando e dançando, tocavam tambores e instrumentos que eles inventavam, feitos de conchas, madeira, pedras, ossos, cabaças, cobre e ouro. Era um som magnífico, Olívia desejou aprender a tocá-los e ficar ali para sempre.

   Todos estavam em festa, e Dúna convidou Olívia para dentro da tenda. Lá, havia várias outras tendas menores, todas listradas, coloridas de azul e amarelo ou vermelho e verde. Elas entraram em uma das tendas e a cigana pediu que Olívia sentasse, e disse:

   - Você quer permanecer conosco, mas não é uma de nós, e deve cumprir sua missão, seja ela qual for. Se quiser, fique e a ensinaremos nossa música e arte, mas a aconselho a seguir sua jornada amanhã.

   Não entendia como, mas Olívia sabia que a mulher tinha razão, e que era sincera. A cigana usava as palavras “missão” e “jornada”, como se soubesse de tudo. Mas não se interessava pelo o que Olívia falava.

   - Não entendo. Como a senhora pode saber tudo isso, sem saber nada sobre mim¿

   A cigana mostrou uma bola transparente que estava em cima da mesa, e disse que aquele objeto mostrava o que ela deveria saber. Mas Olívia não viu nada além da transparência do material, que parecia água congelada, mas não era gelo. Elas conversaram mais um pouco e foram lá para fora se juntar à festa.

   As coisas que os ciganos faziam eram muito belas e interessantes, e sua comida era deliciosa. Isso encantava Olívia e Bardax. Mas tinham que partir.

   - Bardax, durma e coma bastante, porque amanhã antes do nascer do sol, temos que continuar com o pé na estrada.

   Não havia estrada alguma, viajaram até agora pelo mato. Olívia se despediu de todos ao final da festa, e ganhou alguns presentes, como um instrumento musical pequeno de madeira com uns furinhos, um vestido de cigana colorido de lilás e marrom, uma panelinha de bronze e uma mochila confortável, pois o saco que ela levara estava se desintegrando, ficou úmido por muito tempo, na tempestade, quando saíram de Árane. Bobo da Corte a explicou o caminho para a Tenda Magnífica, e Dúna frisou o convite.

   - Se algum dia quiser aprender nossa arte, vá para a Tenda Magnífica, e será bem recebida pelo nosso povo.

   No outro dia, Olívia acordou bem cedo e saiu com Bardax, enquanto todos dormiam. Uma anciã estava preparando chá à beira da fogueira, elas tomaram o chá, Olívia agradeceu e foi embora em seu cavalo, sumindo em uma neblina branca e fria.

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Daniela Ortega

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Taverna do Bardo - Parte 4


A noite fora tranqüila para Alrosth. Dormira sob aquela pequena árvore, junto com seu novo amigo, o qual ainda não sabia o nome.
Amanhecera. O Sol ainda surgia no leste, foi quando Alrosth acordou, mas o menino ainda dormia. Ele olhou para o menino, viu que era melhor não acordá-lo. Ele não conseguiu ver que árvore era aquela, pois estava muito tarde quando ele se aproximou dela, mas de manhã ele observou que era um choupo, uma árvore que crescia nas terras que nascera.
Lembranças surgiram como estrelas no entardecer. Alrosth se lembrara da sua família, e porque estava naquela cidade. Rodd havia roubado sua cidade, e, Alrosth se incumbiu da tarefa de ir atrás deste homem. Era de certa forma uma tradição, em que filhos mais velhos tomavam conta de suas aldeias, mas Alrosth estava sozinha nessa empreitada. Ele se perdeu em meio aos pensamentos, estava fora de si, quando foi cutucado pelo menino.
― Venha logo! Estou te chamando há bastante tempo! ― esbravejou o menino. ― No que estava pensando?
― Não era nada. ― respondeu Alrosth, com um olhar triste. ― Apenas lembrei-me de algo quando vi que esta árvore é um choupo.
O menino ficou um tempo sem entender. Por que alguém ficaria parado pensando depois de ver uma árvore? Nada fazia sentido para ele.
― Vamos comer alguma coisa. ― disse o menino.
Alrosth estava com muita fome, mas ele continuava sem saber o nome daquele pobre menino. Não podia continuar assim, na sua aldeia todos tinham um nome, era sinal de respeito ao indivíduo chamá-lo pelo nome. Foi então que ele perguntou:
― A propósito. Qual é o seu nome? Creio que ainda não fomos apresentados.
Os dois se olharam por um breve momento. O menino parou para pensar. Até que Alrosth quebrou o silêncio.
― Meu nome é Alrosth. Venho das Terras do Leste, e você?
― Meu nome é... hum... deixe me pensar. É, acho que não tenho um.
― Você não tem um nome! ― Alrosth olhou com bastante surpresa para o garoto. ― Todos têm que ter um nome. Vou te dar um nome, pode ser?
― Claro! Desde que seja um nome bonito! ― havia brilho nos olhos do menino. ― Mas, ande logo, escolha um nome rápido!
― Acalme-se! Estou pensando...

Alrosth ficou imaginando qual nome dar à um pobre menino. No fundo ele tinha pena, mas sentia que podia ajudá-lo de alguma forma, mesmo que dando um simples nome, já seria muito para o menino. Foi quando Alrosth se lembrou de uma palavra de um antigo dialeto de seu povo.
― Qual é? Qual é? Diga logo!
― A partir de hoje você se chamará Héogan. Vem de uma língua antiga do meu povo, que significa “Aquele que vaga”. ― Alrosth olhou para o garoto e sorriu. ― Gostou?
― Nossa! Gostei muito! Mas agora, vamos comer alguma coisa.
Alrosth confiou em Héogan. Acreditou que ele realmente havia gostado do nome. Os dois seguiram por um longo corredor, este que levava para a praça central. A cidade estava ficando cheia. À medida que o sol subia, mercadores e viajantes chegavam à cidade. Alrosth se dirigiu para uma barraca de frutas, comprou algumas, entregou algumas para Héogan e, aproveitou para olhar os arredores, para tentar avistar algo suspeito, mas ele nada viu.
O dia estava lindo. Alrosth resolveu que tiraria o dia para conhecer melhor a cidade. Ele havia esquecido, mas agora ele era amigo de um grande guia, já que Héogan vivia nas ruas da cidade desde pequeno. Foi então que ele perguntou à Héogan:
― Tenho uma idéia. O que acha de me mostrar a cidade?
― Mas, como eu vou pedir dinheiro para os viajantes, se eu ficar o dia todo com você? ― perguntou Héogan um pouco cético.
― Isso não é problema! ― respondeu Alrosth. ― No fim do dia você será bem recompensado.
Os dois seguiram conversando em direção à uma outra rua, seguiram entre os corredores e ruas de pedra da cidade. Alrosth acabara se esquecendo das tristezas e lembranças que tivera da sua aldeia. Rodd seria encontrado, ele devolveria o que roubou, nisto Alrosth tinha plena confiança.

Continua...

Por Arthur, Alcy e Daniela

sábado, 16 de janeiro de 2010

Menestréis - 2 e 3




A Partida

   Olívia Dríniel estava atrasada para a reunião, porque acabou cochilando, despertou sonhando com o compromisso. Saiu às pressas, com cautela para que não fizesse barulho nas ruas escuras, não poderia chamar a atenção dos guardiões. Chegou à casa de Calisto, todos estavam em silêncio.

   A resposta à pergunta de Liriar havia chegado. Calisto chamou Olívia ao seu lado e a explicou o que haviam conversado até então, com algumas interrupções de quem não havia falado ainda.

   - Ninguém, nem mesmo a família Dríniel, percebeu que faltava você aqui. Pedimos desculpas por isso. Mas pode ser que o rei também não perceba sua ausência. E isso é ótimo. Disse Calisto, com o apoio de praticamente todos.

   Olívia não ficou feliz com o que ouviu daquelas pessoas. Seus irmãos eram homens, e filhos homens eram preferidos em sua família, ela era uma pessoa solitária. Ela ajudava a cuidar dos cavalos da vila, e seus irmãos cuidavam dos belos cavalos do Palácio. Gostava de ficar no celeiro com os animais e era a única que nunca ia ao Palácio, nem era vigiada pelos guardiões, porque sua rotina e suas tarefas não necessitavam de fiscalização. Era invisível, como mais ninguém da vila poderia ser.

   - Como eu chegaria a Tílitris sozinha? Não sei o caminho, nunca viajei... E, querem que eu convença Feltris a nos ajudar só agora... não acham que se eles quisessem, já teriam tentado antes?, perguntou Olívia, não acreditando na eficácia do plano.

   Os que mais sabiam sobre Tílitris, explicaram a situação. Em Outrora, Délane era a soberana de Árane, e amiga de Feltris, soberano de Tílitris. Os países eram muito parecidos, e um complementava o outro. Os áranes entendiam dos problemas da terra e da natureza, e os tílitris sabiam sobre os pensamentos e sentimentos das pessoas e animais.

   Evonuque, o grande Mandingueiro Búfalo, construiu um portão que ficava entre Árane e Tílitris, antes de qualquer país existir naquela região, para controlar a passagem de alquimistas estrangeiros, que pudessem roubar plantas e minérios, o que atrapalharia suas mandingas. Mas as mandingas de Evonuque não eram boas nem ruins, eram indiferentes para qualquer um que não fosse um Mandingueiro Búfalo, e restavam poucos naquele tempo, porque muitos morriam envenenados por plantas desconhecidas, ou se exilavam, em busca de algum novo elixir. Eram mais poderosos que os alquimistas.

   Com o passar dos anos, os tílitris foram desejando o conhecimento dos áranes, e vice-versa. Mas a aprendizagem não deu certo, porque todos só desejavam e valorizavam as coisas alheias, se esquecendo de seu verdadeiro conhecimento. E os áranes foram esquecendo suas plantações, enquanto os tílitris só falavam devaneios.

   O portão de Evonuque, que ficava entre esses dois países, não permitia a passagem de sentimentos invejosos, que seria a inveja dos alquimistas por Evonuque. Os áranes e tílitris voltavam para seus países cheios de inveja e ressentimento, por não serem como o povo vizinho. Certo dia, o Portão confundiu a inveja dos áranes e tílitris com a inveja dos alquimistas, fechando-se.

   Nunca mais alguém de Árane foi para Tílitris, nem alguém de Tílitris conseguiu encontrar outro caminho para Árane. Esses países perderam a comunicação. E Délane, triste com a situação, adoeceu, e escolheu um homem de bom caráter para liderar Árane. O novo soberano era Baleth. Délane logo pereceu e com ela se foi Outrora.

   Um soberano fazia o que era melhor para o seu povo. No início, Baleth continuou a seguir o papel de Délane, que era ouvir as pessoas e solucionar pequenos ou grandes problemas, e garantir a segurança, e a harmonia. Mas Baleth construiu o Palácio e para lá levou sua família e aliados que se tornariam guardiões, e assim foram consumidos pela riqueza, que acumularam em segredo e com mentiras, até que um dia, confiscaram todos os aríetes, espadas e lanças da vila. Baleth anunciou ao povo que seria rei, decretando todas as normas e punições que levaram os áranes a serem escravizados.

   Olívia entendeu a situação, e desejou que tudo fosse possível, e que os dias de exploração em Árane acabassem. Por um momento, imaginou como seria sua chega a Tílitris, uma cidade brilhante e colorida, cheia de pessoas alegres sorrindo para ela. Calisto e os demais deram instruções sobre o que falar a Feltris.

   - As dificuldades que você vai encontrar até lá, não sabemos. Mas é a nossa última esperança, já tentamos de tudo para destruir Baleth e falhamos, você sabe disso. Leve poucas coisas, e vá agora, antes do amanhecer, é o momento ideal.

   Com uma expressão de seriedade, Olívia concordou. Mas estava confusa, tudo havia sido decidido tão rapidamente, e era ela quem enfrentaria a estrada, todos ali continuariam suas rotinas, a esperar pela sua volta, com Feltris e talvez com todos os guerreiros de Tílitris. Sua família se aproximou e a abraçou, todos desejaram boa viagem, deram conselhos e a agradeceram.

   A chuva começou a cair, um vento forte assoviava balançando os galhos das árvores lá fora e todos correram para suas casas. Olívia também correu, antes que sua família, e pegou um saco, em que colocou algumas frutas, pão, dois cantis com água e um pedaço de sabão. Foi até o seu quarto e pegou algumas meias e blusas compridas de um tecido marrom e rústico, e uma faca pequena, que usava para tirar a sujeira dos sapatos.

   No estábulo, Olívia se despediu dos animais. Havia um cavalo que ela adotou, um animal quase cego, que havia sido judiado no Palácio, tendo suas orelhas cortadas pela filha de Baleth. O cavalo se chamava Bardax, e era solitário como Olívia. Ela o abraçou, e o levou com ela, explicando as razões pelas quais iriam viajar. Saíram naquela tempestade escura.
~

Mar dos Espelhos

   Os primeiros raios de sol secaram-lhe as vestes e os cabelos dos respingos salgados. Não carregava nada com si, tudo o que precisava cabia em seus diversos bolsos. Passou os dedos sobre sua bússola, e percebeu que ela havia molhado muito. Estava perdido.

   Com os braços para fora do barco, tocou a água, e ouviu o belo som de cristais. Estava no Mar dos Espelhos, o mar do continente. Já passara pelo oceano sem perceber, talvez havia dormido por 3 ou 4 dias. O som de pássaros estava cada vez mais perto.

   O Mar dos Espelhos tinha algo de especial. Quando os seres terrestres olhavam para a água, viam espelhos imprevisíveis, que não refletiam as imagens, mas sim as lembranças esquecidas. Muitas vezes os marinheiros sentiam tantas saudades do que não lembravam, que se atiravam ao mar, de encontro com o que viam. E o mesmo faziam, de tão alucinados, quando as lembranças eram ruins. O mar os tragava e os levava para o oceano, e aquelas pessoas viravam meras lembranças. Quando a água era tocada pelos seres terrestres, ouvia-se uma sinfonia de sinos e cristais dos espelhos.

   O perigo do Mar dos Espelhos não era uma ameaça para o Menestrel, ele nascera cego. Mas outras pessoas também conseguiam passar por esse mar. Eram as pessoas que vinham de lugares distantes e mágicos, porque de alguma forma, sabiam o segredo do Mar dos Espelhos, e elas prosseguiam a viagem naturalmente, como se tudo o que vissem não as afetasse de forma alguma. As pessoas de Tílitris sabiam esse segredo, mas ele se perdeu em Outrora.

   O Menestrel era alegre e determinado, mesmo estando perdido, tinha esperanças de que de alguma forma alcançaria seus objetivos. Não tinha jeito, para Tílitris não poderia mais voltar. Tirou sua gaita do bolso da blusa, e começou a inventar.

O segredo que o mar tem
Não é coisa de espantar
Não há riacho nem rio
Que nele não vá parar...
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Daniela Ortega

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Taverna do Bardo - Parte 3



O velho homem saiu da Taverna do Bardo atrás de Alrosth para perguntar mais coisas, mas não o encontrou lá fora. Voltou para a estalagem e subiu rapidamente as escadas em espiral, tropeçando no seu casaco de couro de elefante. Lá embaixo, o bardo novamente tocava seu bandolim, e os homens bebiam excessivamente.

O corredor era estreito, havia muitas portas, o velho entrou em um daqueles quartos. Havia espadas de vários tamanhos fixadas nas quatro paredes, e sacos espalhados pelo chão, cheios de frágeis e belíssimos objetos de marfim, o velho teve cuidado para não pisar em nenhum deles. Seu senhor estava na janela e se virou dizendo:

― Ousa me incomodar, Canopus, o que há?

― Meu senhor, o dos Múltiplos Nomes ― disse o velho, abaixando a cabeça em reverência. ― Um homem do leste o persegue! Seu nome é Alrosth, ele se referiu ao senhor como Rodd.

O dos Múltiplos Nomes se voltou novamente para a janela, preocupado. Sabia que o tal Alrosth devia ser bom em seguir pistas, não o havia percebido. Rodd foi o nome que usou quando estava nas Terras do Leste.

Alrosth vagava sem rumo por Bélidan, era tarde da noite e ainda havia movimento no centro da cidade, com pessoas vendendo peixes frescos, frutas, grãos, roupas, óleos, objetos e utensílios domésticos. Alrosth começava a se sentir cansado, e agora permaneceria na cidade, desconfiava que Rodd estava ali, principalmente depois da reação dos homens na Taverna do Bardo. Acomodou-se no final de uma alameda escura, sob uma pequena árvore que parecia sufocada na calçada de pedras, deitou-se no chão e fechou os olhos, atento caso alguém aparecesse.

― Esse ponto é meu, não quero nem saber! ― gritou um menininho mendigo, ao lado de Alrosth.

― Você dorme aqui? ― perguntou Alrosth.

― Desde sempre. ― disse o menino, limpando a sujeira em seu rosto.

Alrosth sentou-se do outro lado da árvore, e o menino se acomodou.

― Quer pão? ― perguntou o menino, segurando um saco. ― Coma, peguei de um anão distraído, que corria atrás de uma criatura estranha.

Alrosth fez um sinal com a cabeça de que não queria comer e perguntou:

― Ele estava com um elfo?

― Hm... sim, tinha um elfo correndo também. ― disse o menino, apreciando cada pedaço do pão.
Alrosth pensou por alguns minutos e dormiu ao lado do menino.

Continua...

Por Arthur, Alcy e Daniela

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

As aventuras de Balur, o hobbit andarilho - Parte VIII


Várias pedras no caminho...

Não fora uma noite tão agradável, levantei antes mesmo do nascer do sol. Quanto mais rápido eu saísse daquelas montanhas, mais estaria longe de um risco eminente... encontrar orcs.

Minha saída era continuar aos pés das montanhas, me dirigindo sempre ao sul, ao final eu chegaria à grande Torre de Orthanc. Antes uma olhada no mapa. Não conhecia muito sobre aquelas terras, mas no mapa indicava mais ao sul a região dos Terrapardenses. Na época, eu não sabia de muitas histórias, e muito menos dos acontecimentos da Quarta Era do Sol. Naqueles anos pós Guerra do Anel, o Rei Aragorn perdoou os Terrapardenses, assim eles se tornaram menos hostis, mas ainda eram pessoas estranhas.

O caminho aos pés das montanhas era ruim, bastante irregular, pedras soltas me faziam escorregar, mas, parecia que era o caminho mais seguro. Aquelas terras não eram de importância aos Terrapardenses, o que era bom, dificilmente encontraria com algum habitante daquele lugar. Viajar a noite não era uma boa idéia, pois, uma coisa havia aprendido com o velho Telárius; “Nunca viaje a noite, os orcs são como Narubb, saem para caçar na escuridão”.

Alguns dias depois de ouvir os gigantes nas montanhas, pude ter uma boa noite de sono, mesmo que, me acomodando sobre pedras. Não havia muito que comer nas montanhas, a comida trazida da casa de Telárius havia acabado... Eu estava começando a ficar desesperado, não era um bom caçador, mesmo se fosse, para isso, teria que me afastar das montanhas, o que era um risco muito grande. Se pelo menos Narubb estivesse lá, ela poderia me ajudar bastante, mas eu não podia contar com ela.

Minha vista do horizonte começava a mudar, as montanhas pareciam diminuir, como que anunciando o fim dessa imensa cordilheira, que se estendia desde as colinas de Bree, bem ao norte. Meu desvio, um atalho por assim dizer, havia dado certo até aquele momento, não havia encontrado orcs, não havia visto mais Narubb.

Nas Montanhas Sombrias era sempre sol, o terreno era árido demais, o que mostrava pouca chuva na maior parte do ano. À medida que eu caminhava, a fome ficava mais insuportável. A idéia de tomar outro caminho para tentar procurar comida já não era um risco, e sim uma grande possibilidade de sobrevivência. Mas para onde eu iria? Tentava algo por entre as montanhas, ou seguiria para encontrar algum acampamento dos Terrapardenses? Perguntas difíceis naquele momento...

Talvez meu “Até breve” à Telárius tenha sido precipitado, minha jornada estava longe do fim. Eu estava com fome em um lugar inóspito. Não havia água, comida, amoras, cerejas, uma grande árvores para descansar em suas raízes, até as ervas de fumo haviam acabado, nesse momento eu pensava: “Talvez tenha sido um grande erro sair do Condado”.

Continua...

Arthur Damaso

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Taverna do Bardo - Parte 2


Não se sentia cansado, mas também não convinha viajar a noite. O certo seria se hospedar ali mesmo. No balcão, perto de uma escada em espiral, estava um homem parrudo, já de idade avançada, que prestava atenção na apresentação do bardo.

― Uma boa noite para velhas canções ― falou Alrosth.

― Essa não é tão velha assim ― disse o homem, virando a cabeça para encarar Alrosth.

― E o que alguém do leste faz aqui, tão longe do conforto?

Alrosth ficou calado por alguns momentos. Seu sotaque era inconfundível, porém isso não atrapalharia a missão.

― Procuro por um homem. Segundo minhas informações ele pode estar nesta cidade ― falou. Era preciso extrair um pouco mais do homem, antes de decidir se era seguro revelar mais da missão.

― Com tantas pistas assim fica difícil falar ― ele começava a parecer interessado. Diminuiu o tom da voz e chegou perto de onde Alrosth tinha se sentado. ― Pode ser mais claro?

― O nome que tenho é Rodd ― disse Alrosth.

De imediato o bardo parou de cantar. O lugar foi invadido por um desconcertante silêncio e todos encararam Alrosth. Ele olhou em volta e o que viu foram vários pares de olhos que brilhavam numa mistura de medo e ódio. Enfiou lentamente a mão dentro da capa e segurou a bainha da espada.

― Saia já daqui ― sussurrou o homem, dando a volta pelo balcão e empurrando-o por entre as mesas até a saída. ― Eles vão logo se esquecer disso, mas não apareça de novo por aqui, nem saia por aí dizendo besteiras como essa.

A primeira impressão da cidade não tinha sido muito boa. Mas algo começava a se confirmar: Rodd estava em Bélidan.

Continua...

Por Arthur, Alcy e Daniela

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Taverna do Bardo - Parte 1


Depois de alguns dias de viagem em uma estrada deserta, Alrosth chegara a uma cidade chamada Bélidan, ele procurava um homem, que a partir de algumas informações, estaria nesta cidade.

Era uma grande cidade, um centro de comércio, seria difícil encontrar alguém naquele lugar. A cidade tinha boa parte das casas feita de pedra, só algumas casas fora do muro externo não eram feitas de pedra. Guardas vigiavam de altas torres, grandes arcos e flechas tão afiadas quanto uma espada.

Alrosth trajava uma roupa verde, já desbotada pelo tempo, ele já não era tão jovem, talvez trinta anos, era alto, mas não muito forte. Um arco longo nas costas, uma aljava feita de couro, e um punhal que guardava dentro de sua bota.

Ele estava sem direção, pois, não conhecia a cidade. Anoitecera, e então, ele fora procurar uma taverna e uma possível estalagem para pernoitar, foi seguindo por um longo corredor, algumas portas dos lados, muitas janelas e algumas lamparinas presas em alguns portais. Lá, bem distante Alrosth avistou uma placa de madeira escrita, "Taverna do Bardo". Muitas luzes acesas, ele seguiu pelo corredor, passou por um homem encapuzado, mas ele não tinha certeza que era mesmo um homem, Alrosth não conseguiu ver o que era, tentou passar despercebido.

Na porta, estavam um anão, um elfo e uma criatura estranha, não sendo vista com freqüência por aquelas terras, possivelmente um goblin. Alrosth aproveitou a ocasião para fazer algumas perguntas;

― Boa noite senhores! ― disse Alrosth. ― Meu nome é Alrosth, das Terras do Leste. Espero não estar atrapalhando esta bela noite.

O anão olhou diretamente nos olhos de Alrosth. ― Boa noite viajante! ― Nada mais disse o anão.

― Não se preocupe com Théran. ― disse o elfo, com uma feição amigável. ― Saudações, nobre viajante, meu nome é Hellian, das Florestas Longínquas de Aldenian. Não atrapalha, só estamos de passagem, ficaremos aqui só esta noite. Levaremos esta criatura até o próximo posto de guarda, não muito longe, talvez, um dia de viagem.

Alrosth percebeu que o elfo estava disposto a ajudar, mesmo que de forma ínfima. ― Estou à procura de um homem, seguindo-o através de várias léguas. Você sabe alguém de confiança para me dar informações seguras?

― Mas, o que este homem fez? ― O elfo queria saber de algo. Mas parecia que Alrosth não falaria nada, mesmo para um elfo que parecia tentar ajudar. ― Desculpe, mas é uma missão de bastante discrição.

― Agradeço a ajuda de vocês. Vou entrar na taverna, aproveitar esta boa música e tentar descobrir alguma coisa. ― Alrosth percebeu que não adiantaria ficar ali. ― Até breve senhores! Boa Noite.

Alrosth entrou na estalagem. No canto, bem perto da janela estava um bardo tocando seu bandolim, enquanto, outros bebiam e se divertiam. A estalagem estava cheia de viajantes, possivelmente; ladrões, assassinos, mercenários.

Continua...

Por Arthur, Alcy e Daniela